Prefeitura de Curitiba alerta sobre conduta perigosa de pedestres e ciclistas nas canaletas de ônibus; número de acidentes cresce
A Prefeitura de Curitiba faz um alerta para o crescimento dos casos de conduta perigosa de pedestres e ciclistas nas canaletas de ônibus da cidade. A circulação nestes locais, que é proibida, aumenta o risco de acidentes envolvendo ônibus do transporte coletivo.
Um levantamento realizado pela Urbanização de Curitiba (Urbs) mostra que somente no ano passado foram 59 acidentes nas canaletas envolvendo ciclistas e pedestres, com 54 feridos e três mortes. O volume é 51% superior ao de 2022, quando foram 39 acidentes, com 44 feridos e quatro mortes.
Nos dois primeiros meses do ano já ocorreram nove acidentes, com oito feridos. No mesmo período do ano passado foram seis acidentes com oito feridos.
- Prefeitura de Curitiba pede cuidado à população ao fazer fotos na "Rua do Outono"
- Prefeitura de Curitiba instala 1.200 novas placas nas ciclovias e aumenta a segurança no trânsito
Pessoas com deficiência precisam renovar cartão-transporte isento para evitar bloqueio
“Há uma falsa ideia de que a canaleta é mais segura, o que faz com que muitas pessoas prefiram pedalar ou correr nestes espaços. Mas não é verdade. O impacto do choque com um ônibus do porte de um expresso biarticulado é brutal. Estamos falando de veículos robustos, de cerca de 36 toneladas com lotação, contra duas toneladas de um automóvel”, diz o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto.
"Na maioria das vezes, são acidentes fatais que poderiam ter sido evitados, já que a canaleta foi desenvolvida para o uso restrito do BRT. Temos uma extensa rede de canaletas na cidade, um sistema de mobilidade referência mundial, mas que precisa ser respeitado pelos curitibanos", completa a superintendente de trânsito, Rosângela Battistella.
A Prefeitura vem reforçando ações educativas para orientar a população sobre os perigos de trafegar nas canaletas. Uma delas foi realizada durante o Passeio Ciclístico Condor de aniversário no último dia 24/3, com o objetivo de orientar ciclistas sobre segurança viária ao pedalar pelas ruas da capital paranaense. A orientação enfatizou, sobretudo, a proibição e o risco de circular nas canaletas exclusivas do transporte público.
"A intenção da ação foi de educar os ciclistas sobre as normas de trânsito e os riscos envolvidos em circular nas canaletas exclusivas, que são destinadas aos ônibus e veículos de emergência", explicou o diretor da Escola Pública de Trânsito de Curitiba, Claudionor Agibert. "Além disso, aproveitamos para oferecer orientações sobre travessia segura e outras práticas importantes no trânsito", acrescentou.
Segundo o diretor, ao longo do ano, diversas ações semelhantes são realizadas para os diferentes públicos: pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas. De 2017 a 2023, a Escola de Trânsito realizou 7.641 ações educativas para 440.865 pessoas.
Canaletas exclusivas
As canaletas exclusivas para o transporte coletivo desempenham um papel fundamental na melhoria da mobilidade urbana, garantindo maior fluidez ao transporte público e contribuindo para a redução do congestionamento nas vias da cidade.
No entanto, conforme estabelece o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), as canaletas são exclusivas para o uso do transporte coletivo. Somente veículos que realizam atendimentos de emergência em saúde e segurança pública estão autorizados a circular por essas vias. Ou seja, caminhar, pedalar ou praticar esportes neste espaço é proibido e bastante perigoso.
A atenção precisa ser redobrada também com a circulação dos Ligeirões que, com o desalinhamento das estações-tubo, fazem ultrapassagens nas canaletas. É o caso do Norte-Sul, inaugurado no início do ano, e que percorre 19 quilômetros entre os terminais Santa Cândida e Pinheirinho.
“É necessário prestar atenção, buscar um local seguro para a travessia nos cruzamentos, de preferência na faixa de pedestres e no semáforo. Também é importante evitar distrações, como celular e fones de ouvido. Por vezes, a pessoa pode pensar que o ônibus está parado na estação, atravessar e ser atingida por outro veículo em ultrapassagem”, alerta a superintendente de trânsito.
Traumatismo craniano
O diretor de operações da Urbs, Aldemar Venâncio Martins Neto, alerta ainda para o costume de grupos de ciclistas que pegam a “rabeira” nos ônibus. Na última quinta-feira (28/3) um ciclista que pegava "rabeira" na linha 303 Centenário/Campo Comprido, se segurando na lateral do ônibus na canaleta, teve traumatismo craniano depois de se desequilibrar e ficar prensado entre o asfalto e o veículo. Em 2023, a Guarda Municipal recebeu 129 denúncias através do telefone de emergência 153, de pessoas que estariam praticando essa conduta perigosa.
As selfies na canaleta também são outro perigo. Quando o outono chega, muita gente corre para a Rua a Deputado Heitor Alencar Furtado, no bairro Mossunguê, para fazer registros das árvores avermelhadas, que são um dos marcos da capital. “Algumas pessoas chegam a deitar no asfalto do corredor dos biarticulados para fazer selfies”, lembra o diretor.
Direção Defensiva
Para tentar minimizar os riscos de acidentes, a Urbs reforçou o treinamento de motoristas na área de direção defensiva. Além das ações permanentes de reciclagem, vem sendo promovido, desde o ano passado, um treinamento especial, que envolve todas as operadoras de ônibus da cidade e os 2,8 mil motoristas em atividade.
Ações Educativas
Além disso, a Setran desenvolve ações e campanhas educativas periodicamente. Os agentes concentram-se nos principais eixos do transporte coletivo para orientar e desencorajar essa prática. Panfletos informativos são distribuídos para alertar ciclistas e pedestres sobre condutas perigosas no trânsito. Além da ação dos agentes da Escola Pública de Trânsito (EPTran), também são realizadas operações integradas com a participação de fiscais da Urbs e guardas municipais.
Este site utiliza cookies para melhorar a experiência de navegação e fornecer serviços personalizados aos usuários.
Ao continuar a navegar neste site, você concorda com o uso de cookies.