No Dia da Guarda Municipal, histórias inspiradoras de cidadania de seus servidores

Comemoração nacional

No Dia da Guarda Municipal, histórias inspiradoras de cidadania de seus servidores

10/10/2021 08:42

Com atuação há 35 anos na capital, a Guarda Municipal está presente diariamente na vida do curitibano. Em patrulhamento pelo centro e pelos bairros, nas escolas municipais, pontos de vacinação, parques, praças e bosques, nos principais eixos comerciais, nas ciclovias e nas Ruas da Cidadania, os guardas contribuem com a segurança do cidadão.

Neste Dia Nacional da Guarda Municipal (10/10), instituído pela lei federal nº 12.066/2009, o prefeito Rafael Greca parabeniza todos os 1.538 servidores da corporação que trabalham na capital.

“Nós saudamos o trabalho dessa Guarda Municipal tão valorosa, que exerce as suas funções com inteligência. É inteligente acolher as mulheres vítimas de violência, é inteligente buscar socorrer os curitibinhas e dar a todos o direito à cidade. Os guardas municipais confirmam a proteção e a defesa social de Curitiba”, afirma Greca.

A Guarda Municipal é vinculada à Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito e quatro histórias de seus integrantes mostram a importância da corporação para a cidade e para seus próprios servidores. “Ser um guarda municipal é estar junto da comunidade, é aquele que salva, aquele que educa, aquele que orienta, aquele que reprime quando necessário. É família”, resume a supervisora Silvia Zoraski.

Semente

A participação em um projeto de inclusão social quando criança se tornou fator decisivo para a opção de carreira do hoje guarda municipal Fernando de Lima. Ele decidiu prestar o concurso no ano de 2006, motivado pelo contato que teve com a corporação por meio do Projeto para Integração da Infância e Adolescência (PIÁ), que oferecia diversas atividades lúdicas durante o contraturno das escolas, inclusive visitas técnicas a diversos locais da cidade.

“Essas visitas me ensinaram muito sobre a cidade de Curitiba. Graças a elas, consegui gabaritar todas as questões sobre a cidade no processo seletivo para a GM”, conta ele, que hoje está no seu 16º ano como guarda municipal, atuando no Grupo de Operações Especiais (GOE).

Fernando se declara um apaixonado pela profissão. “A ideia de trabalhar ajudando o outro me agrada muito, inclusive pela filosofia de vida e religiosidade pessoais”, diz ele, que lembra de situações marcantes, como o resgate de uma criança que estava sendo mantida dentro de casa pelo pai.

A mãe tinha medida protetiva contra o agressor, após sofrer ameaças. A criança foi resgatada sem ferimentos. “Foi uma sensação muito boa quando nós conseguimos entregar a criança aos braços da mãe, que achava que ia perder o filho. "O sorriso é a recompensa nesses casos”, descreve.

Crescendo

Quando Sandro Dias Alves prestou o concurso para guarda municipal motivado pela mãe, não tinha certeza de quais seriam suas funções como integrante de uma corporação que ainda estava em fase de formação na cidade. Agora, após somar 31 anos de profissão, ele relembra a variedade de atividades que desempenhou.

“Como chefe de transporte, ajudei a desenvolver o layout original das viaturas utilizadas pela GM. Fiz a escolta de seleções na Copa do Mundo de 2014 como batedor e representei a instituição na Secretaria Municipal Extraordinária da Mulher”, enumera ele. “Crescer junto com a corporação foi uma experiência de grande aprendizado, todo dia trazendo algo novo. Independente do posto, o que mais importa é fazer um bom trabalho”, resume ele, que integra o grupo mais recente da GM, a Patrulha de Proteção Animal (PPA).

Motivação

De gari a servidor na extinta Secretaria da Criança, o hoje supervisor Clodoaldo Ribeiro Pereira trabalhou desde muito jovem na Prefeitura. Quando descobriu o concurso para ingresso na GM, no ano de 1995, decidiu se candidatar. Aprovado, começou trabalhando no Centro Histórico e logo se engajou na atividade de segurança pública, diferente de todos os serviços que havia feito até então.

“Eu interagia muito com os frequentadores do setor histórico, que eram tanto de Curitiba quanto os turistas, ajudando inclusive em problemas de segurança”, explica.

Nos 26 anos como guarda municipal, o que mais o impactou foi quando um chefe o motivou a concluir os estudos para obter cargos melhores. “Eu não conseguia porque era necessário ter o segundo grau completo, e eu só tinha o ensino básico”, comenta ele que investiu no aprimoramento, concluiu os estudos e se tornou supervisor oito anos depois.

E nunca mais parou de estudar. Trabalhou também na Defesa Civil e na Secretaria de Defesa Social, onde está lotado atualmente, além de fazer pós-graduações para melhorar no trabalho. De aluno, ele virou instrutor e conta do orgulho que sente com as experiências na Academia da GM (Centro de Formação e Desenvolvimento Profissional), onde consegue repassar o que aprendeu para futuros guardas.

“Em muitas turmas eu pude transmitir conhecimento que aprendi dentro e fora da profissão de uma forma mais qualificada a partir dos meus estudos. Algumas delas têm até reconhecido esse esforço me fazendo patrono da turma, o que me gratificou muito”, compartilha o supervisor.

Legado

A supervisora Silvia Zoraski é uma das integrantes da primeira turma de guardas municipais de Curitiba, formada há 33 anos. “Foi maravilhoso quando a gente começou a trabalhar, saiu nas ruas e viu que a nossa missão era servir a população, o que não paramos de fazer desde então”, relembra ela, que até entrar na GM, conhecia basicamente o bairro em que morava.

De lá pra cá, pode dizer que conhece a cidade na ponta do lápis - trabalhou em praticamente todos os bairros, além de formar a equipe de atendimento em grandes eventos, como shows na Pedreira Paulo Leminski, e projetos como o Papai Noel Azul.

“Por 14 anos o Papai Noel Azul fez um trabalho social de atender mais de 50 mil crianças em situação de vulnerabilidade social. A gente levou presentes, carinho, caixa de bombom, bicicleta, e tentamos atender ao anseio do que elas escreviam nas cartinhas”, conta.

Entre as experiências, Zoraski recorda com carinho os cinco anos que passou trabalhando na criação do núcleo regional do Tatuquara. “Foi a melhor experiência da minha vida. Mesmo com todas as dificuldades iniciais, fiz amizades maravilhosas e parcerias duradouras lá. Em menos de seis meses, recebi um certificado do líder comunitário do Tatuquara pelos bons serviços prestados. Isso tudo porque fui lá com vontade de trabalhar”, afirma.

Além da carreira, a supervisora Zoraski construiu sua vida pessoal dentro da GM junto com o esposo e ex-comandante Odgar Nunes Cardoso, falecido no ano passado. Ela se emociona ao relembrar a relação, e destaca a profissão como uma extensão de sua família. “A Guarda Municipal é uma continuação da minha casa, porque com o mesmo amor que eu trato os meus filhos, a minha família, eu trato a Guarda e para quem eu presto atendimento”, comenta.

“Estar há 33 anos na Guarda é um privilégio, um aprendizado e um legado que eu vou deixar para essa geração nova e que serve de inspiração para os meus filhos, já que tento transmitir para eles que não se deve trabalhar apenas pelo trabalho, mas porque amo o que eu faço”, conclui a supervisora.