Do teatro à arquitetura: 10 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes


Do teatro à arquitetura: 12 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes. - Na imagem, Lala Schaneider. Foto: Divulgação

Do teatro à arquitetura: 12 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes. - Na imagem, Denise Roman - Foto: Cido Marques

Do teatro à arquitetura: 12 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes. - Na imagem, Dalton Trevisan. Foto: Divulgação

Do teatro à arquitetura: 12 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes. - Na imagem, Alice Ruiz. Foto: Divulgação

Do teatro à arquitetura: 12 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes. - Na imagem, Theodoro De Bona

Do teatro à arquitetura: 12 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes. - Na imagem, Odelair Rodrigues. Foto: Divulgação

Do teatro à arquitetura: 12 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes. - Na imagem, Odelair Rodrigues. Foto: Divulgação

Do teatro à arquitetura: 12 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes. - Na imagem, Poty Lazzarotto. Foto: Divulgação

Do teatro à arquitetura: 12 nomes que levaram Curitiba ao cenário nacional das artes. - Na imagem, Vilanova Artigas. Foto: Divulgação

Painel Denise Roman na Casa da Leitura Wilson Bueno - Foto Cido Marques
Curitiba chega aos 332 anos neste sábado (29/3) comemorando não apenas sua história no planejamento urbano e cidade inteligente. Na cena artística, a capital paranaense é um celeiro de talentos, e ao longo dos séculos, a cidade se consolidou como um polo cultural em diferentes formas de expressão.
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Seja na literatura, na música, na arquitetura, nas artes visuais ou no teatro, Curitiba inspirou e foi cenário para artistas que deixaram sua marca na cultura local e nacional.
Separamos uma lista de 10 curitibanos e curitibanas raiz ou que adotaram a cidade como lar e ponto de partida para suas trajetórias. Confira!
Theodoro de Bona – pintor
Autor da obra Fundação de Curitiba, que hoje pertence ao acervo do Colégio Estadual do Paraná, o pintor Theodoro de Bona nasceu em Morretes, no Litoral do estado, em 1904.
De Bona deixou um legado artístico para Curitiba, cidade que adotou como lar e onde teve contato com a arte e desenvolveu parte significativa de sua obra. Além de artista, contribuiu para a formação de novas gerações ao fundar um curso de desenho e pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, onde também foi diretor. Faleceu em 1990, em Curitiba.
Odelair Rodrigues – atriz
Odelair Rodrigues, pioneira da televisão no Paraná, nasceu em Curitiba em 1935 e iniciou sua trajetória artística ainda na infância. Formada em artes cênicas no Colégio Estadual do Paraná, destacou-se no teatro e no rádio, atuando nos radioteatros da Rádio Clube Paranaense ao lado de Ary Fontoura, com quem manteve grande parceria profissional.
Na TV, fez história na TV Paraná, canal 6, e brilhou em novelas como O Direito de Nascer e Escrava Isaura, passando também pela TV Globo e TV Tupi. No teatro, participou de montagens no Teatro de Bolso e integrou companhias renomadas. No cinema, atuou em Lance Maior e Quanto Vale ou É por Quilo?. Odelair faleceu em Curitiba, em 2003, deixando um legado marcante para as artes cênicas.
Poty Lazzarotto – Artista visual
De marca inconfundível, o artista visual Poty Lazzarotto completaria 101 anos no mesmo dia do aniversário de Curitiba, 29 de março. Ele deixou um legado inconfundível de inúmeras ilustrações, painéis e até vitrais que encantam olhares de quem circula pela cidade. Em Curitiba, são famosos os painéis na fachada do Teatro Guaíra, no saguão do Aeroporto Afonso Pena, na Praça 29 de Março e na Praça 19 de Dezembro, entre outros.
Napoleon Potyguara Lazzarotto foi um dos grandes nomes das artes visuais do Brasil. Nascido e criado em Curitiba, despertou cedo o interesse pelo desenho e, em 1942, ganhou uma bolsa de estudos para a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Lá, aprofundou-se na gravura e ilustração, colaborando com importantes editoras e ilustrando obras de grandes escritores como Guimarães Rosa e Dalton Trevisan.
Além de Curitiba, seus murais adornam edifícios públicos e privados, como o painel do Memorial da América Latina, em São Paulo, e a Casa do Brasil, em Paris.
Denise Roman – artista visual
A curitibana Denise Roman é uma referência mundial em litografia, com mais de 40 anos dedicados à gravura paranaense como professora e artista. Formada pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná em 1984, aprimorou suas técnicas com diversos artistas desde 1979.
Suas obras, que muito parecem contos de fadas, se destacam pela delicadeza dos traços e riqueza de detalhes, muitas vezes inspiradas na paisagem natural de Curitiba, como as paineiras da Praça Espanha e as cerejeiras da Praça do Japão.
Ela participou de exposições nacionais e internacionais, em mostras coletivas e individuais, nos Estados Unidos, Japão, França, Espanha e Suíça.
Dalton Trevisan – escritor
Dalton Trevisan foi um dos maiores contistas brasileiros contemporâneos. Nascido em 1925, em Curitiba, formou-se em Direito, mas abandonou a advocacia para se dedicar à literatura. Sua trajetória começou com a revista Joaquim, onde incentivou a produção literária e divulgou grandes nomes da literatura mundial.
Em 1965, publicou O Vampiro de Curitiba, obra que lhe rendeu fama e consolidou seu estilo minimalista e preciso. Recluso e avesso a entrevistas, o escritor construiu uma carreira marcada por contos impactantes e pelo reconhecimento internacional. Foi vencedor do Prêmio Camões em 2012, uma das maiores honrarias da língua portuguesa, além de prêmios nacionais. Entre suas obras mais marcantes estão A Polaquinha (1985) e Ah, é? (1994). Falecido aos 99 anos, deixou uma produção inestimável para a literatura brasileira.
Lala Schneider – artista de teatro
Lala Schneider, conhecida como a primeira-dama do teatro paranaense, foi uma das grandes atrizes do Brasil, com uma carreira de mais de cinco décadas. Nascida em 1926, em Irati, iniciou sua trajetória no teatro em 1950, enquanto trabalhava no Sesi de Curitiba, onde permaneceu até a aposentadoria.
Foi uma das fundadoras do Teatro de Comédia do Paraná e acumulou 16 prêmios, incluindo o Troféu Gralha Azul de Melhor Atriz. Ao longo da carreira, atuou em 99 peças, nove filmes e oito novelas, com destaque para suas participações na Rede Globo e no cinema paranaense. Em 1994, recebeu a homenagem de ter seu nome eternizado no Teatro Lala Schneider, em Curitiba. Trabalhou até seus últimos anos e faleceu em 2007.
Marcos Jorge – diretor de cinema
Diretor, roteirista, fotógrafo e curador, Marcos Jorge se destacou no cinema nacional. Formado em Jornalismo no Brasil e Cinema na Itália, viveu na Europa nos anos 1990, onde realizou seus primeiros filmes premiados e se destacou também como artista plástico, expondo videoinstalações em países como França, Holanda e Japão.
De volta ao Brasil em 2000, dirigiu curtas-metragens premiados, além do documentário O Ateliê de Luzia e do livro Brasil Rupestre, ambos sobre arte pré-histórica.
Seu primeiro longa de ficção, Estômago (2007), conquistou 39 prêmios e foi considerado um dos 100 melhores filmes brasileiros pela Abraccine (Associação Brasileira de Cinema). Ele seguiu com uma carreira sólida, escrevendo e dirigindo outros cinco longas-metragens em parceria com grandes estúdios, além de concluir em 2022 a série documental O Caso Celso Daniel, finalista do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Seu mais recente filme, Estômago 2 – O Poderoso Chef (2024), venceu cinco prêmios no Festival de Gramado. Atualmente, também atua como curador do Cine Passeio de Curitiba.
Alceo Bocchino - maestro
Alceo Bocchino foi um maestro, arranjador, pianista e compositor curitibano, consagrado como um dos grandes nomes da música brasileira. Nascido em Curitiba em 1918, morou por vários anos no Rio de Janeiro, onde foi colaborador musical do colega de Villa-Lobos. Em 1993, criou Divertimento Curitiboca, obra que popularizou o termo entre os curitibanos. Seu trabalho transitou entre a música erudita e popular, unindo tradição e inovação.
Bocchino é um dos fundadores da Orquestra Sinfônica do Paraná e foi o primeiro maestro do grupo. Antes, entre 1963 e 1965, foi maestro titular da Orquestra Sinfônica Brasileira e atuou como arranjador na Rádio Nacional, colaborando com nomes como Tom Jobim, Orlando Silva e Radamés Gnattali.
Com sua audição aguçada e refinado talento musical, fundou e dirigiu diversas orquestras, sendo sua maior realização a criação da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, projeto sancionado por Juscelino Kubitschek. Faleceu em 2013, no Rio de Janeiro.
Alice Ruiz – poeta, escritora e compositora
Alice Ruiz, poeta, compositora e tradutora, nasceu em Curitiba em 1946 e iniciou sua trajetória literária publicando poemas em jornais e revistas nos anos 1960. Influenciada pelo haicai japonês, sua obra une a síntese poética a uma linguagem acessível e inovadora. Em parceria com Paulo Leminski, com quem foi casada, lançou Hai Tropikai (1985).
Seu primeiro livro, Navalhanaliga (1980), marcou o início de uma carreira múltipla, que inclui traduções, projetos experimentais e prêmios como o Jabuti, conquistado em 1989 e 2009. Além da poesia, Alice se destacou como letrista, colaborando com nomes como Itamar Assumpção e José Miguel Wisnik.
Vilanova Artigas – arquiteto
Poesia em forma de concreto e aço. Foi assim que João Batista Vilanova Artigas, curitibano nascido em 1915, escreveu seu nome na história da arquitetura brasileira. Arquiteto, engenheiro e urbanista, formou-se na Escola Politécnica de São Paulo e ajudou a fundar o Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Seu legado inclui construções icônicas, como o Estádio do Morumbi, em São Paulo, o prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e o prédio do Hospital São Lucas, em Curitiba.
Criador da Escola Paulista ou brutalismo paulista, Artigas projetou edifícios marcantes que integram a arquitetura ao espaço urbano. Um exemplo é o Edifício Louveira, em Higienópolis, que rompe com barreiras tradicionais ao fundir jardim e rua. Em sua visão, "o arquiteto é antes de tudo um artista", e suas obras refletem essa filosofia, unindo estética, funcionalidade e humanismo. Ele faleceu em 1985, em São Paulo.
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