Centro Histórico de Curitiba é palco de homenagens à Cultura Negra
Curitiba foi palco de uma grande celebração ao Dia da Consciência Negra nesta quarta-feira (20/11), marcada por eventos gratuitos que destacaram a memória de Zumbi dos Palmares e o papel das pessoas negras na construção da identidade brasileira. O Centro Histórico da cidade foi o ponto central das comemorações, integrando cultura, arte e reflexão em uma programação rica e diversa.
A data, celebrada pela primeira vez como feriado municipal em Curitiba, trouxe atrações da edição Ubuntu da Caravana Étnico-cultural, que atraíram um público expressivo ao longo do dia no Memorial de Curitiba. A palavra "Ubuntu", de origem africana e que significa "eu sou porque nós somos", deu o tom das atividades, reforçando a importância da coletividade e da ancestralidade.
A abertura foi realizada pela Assessora de Promoção da Igualdade Étnico-racial da Prefeitura, Marli Teixeira Leite, acompanhada de representantes do Conselho Municipal de Política Étnico-racial (Comper) e outras entidades parceiras.
“É o primeiro feriado nacional do Dia da Consciência Negra, fruto de muita luta e motivo de grande alegria", afirmou Marli.
"Preparamos uma programação especial, resultado de quatro anos de trabalho desta gestão, que levou cultura, dança, teatro, música e artesanato a todos os bairros de Curitiba por meio da Caravana Étnico-cultural. Nosso objetivo sempre foi combater a discriminação com informação, e acreditamos ter cumprido essa missão”, completou.
Atrações
No palco do Memorial, passaram artistas renomados como os grupos Baquetá e Encantados, além dos cantores Wes Ventura, Rúbia Divino e Janine Mathias. A Escola de Samba Mocidade Azul também trouxe sua alegria contagiante e encerrou o evento.
Simultaneamente, a Praça Iguaçu recebeu a Feira de Afro-empreendedores, com produtos artesanais e culturais, e duas exposições de destaque: “Bonecas negras: ancestralidade através do artesanato”, organizada por Jean Guilherme da Silva e Alessandra de Fátima Martins Ferreira, e “Negras mães”, uma mostra fotográfica itinerante com curadoria de Cris Camargo.
Marília dos Santos prestigiou as apresentações junto com sua filha, Maria Alice, de um ano. “É importante comemorarmos o nosso dia, nossa raça, nossa religião africana. Hoje pude assistir a apresentações maravilhosas. Me chamou atenção tudo que vi aqui, o artesanato, as cores das roupas expostas, a música. Me senti representada neste espaço”, afirmou ela.
Outra atividade disponível foi a oficina para confecção de bonecas africanas. Alessandra Ferreira, artesã curitibana e responsável pela oficina, contou que a intenção foi valorizar a ancestralidade e ensinar como confeccionar as sete orixás femininas. “É uma atividade para todos os públicos, para qualquer idade”, explicou a artesã.
A turista Socorro Oliveira, de Belém (PA), disse que ficou sabendo da programação e da oficina pela televisão e resolveu prestigiar a ação. “Quero aprender a fazer uma boneca para levar para minha terra”, relatou.
Quem também se arriscou no artesanato foi a curitibana Kátia Cilene, que disse prestigiar as programações artísticas e culturais da cidade, sempre que possível.
Ruínas de São Francisco
Nas Ruínas de São Francisco, o "Sarau Periférico" também foi um grande sucesso. O evento, trouxe ao público apresentações de capoeira, batalhas de breaking e shows de artistas como DJ CRock, Síndrome, Mitay, e o grupo DMN, ícone do rap nacional.
A programação, contou ainda com performances de Sombra, Funk Buia, Preta Rara e Lauren Priscila. O sarau foi organizado pelo coletivo Núcleo Periférico, com apoio da Fundação Cultural de Curitiba e financiamento do Prêmio Cultura Viva para Pontos e Pontões de Cultura, do Ministério da Cultura.
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