Arquitetura de 6 edifícios da Comendador Araújo sintetiza parte da história da cidade


Fachada eclética da casa Glaser na rua Comendador Araújo. Construída em 1914 na esquina com rua Visconde do Rio Branco. Acervo DPCFCC.

Casa Manoel Miró, 1ª sede da UFPR. Atualmente fica o Shopping Omar. Acervo FCC

Rua Comendador Araújo, em 1913, com destaque para o bonde “Seminário” que circulava pela rua. Acervo FCC.

Vista da rua Comendador Araújo em 1906. Com destaque para Palacete Ascânio Miró, projetado por Cândido de Abreu em 1897. Coleção Júlia Wanderley. Acervo FCC

Rua Comendador Araújo ainda no século XIX, com destaque na ocupação com várias moradias. Acervo FCC

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

Rua Comendador Araújo - Patrimonio hist. Cultural - Foto Cido Marques

A construção da Igreja Presbiteriana de Curitiba começou em 1893. Três anos depois o templo foi concluído e se tornou um dos mais belos exemplares arquitetônicos religiosos da cidade. Foto: Cido Marques

A construção da Igreja Presbiteriana de Curitiba começou em 1893. Três anos depois o templo foi concluído e se tornou um dos mais belos exemplares arquitetônicos religiosos da cidade. Foto: Cido Marques
A Rua Comendador Araújo, que liga a Praça Osório, no Centro, até a Avenida do Batel, no bairro de mesmo nome, é uma das mais emblemáticas de Curitiba. Nesse trecho de cerca de um 1,5 quilômetro, a rua reflete em sua paisagem urbana a evolução da cidade ao longo dos séculos.
Inaugurada em 1878, a então Estrada do Mato Grosso fazia a ligação da capital paranaense com os Campos Gerais. Em 1887, os trilhos para bondes de tração animal foram instalados, representando um avanço para a época ao “agilizar” o transporte de produtos e passageiros. Mais de um século depois, a Rua Comendador Araújo evoluiu para o cabeamento elétrico subterrâneo, implantado na década de 1990.
Também durante o século 19, a estrada foi fundamental para a economia ervateira no Paraná e desse período restam alguns marcos arquitetônicos importantes.
De acordo com a pesquisadora da Casa da Memória da Fundação Cultural de Curitiba Angela Medeiros, desde o início, a Rua Comendador Araújo já demonstrava um comércio efervescente. “Historicamente, a rua apresenta pontos comerciais, depois também os moinhos de erva-mate, as casas dos ervateiros e alguns marcos da trajetória de Curitiba”, aponta Angela.
Seis destaques da trajetória de Curitiba em um passeio pela Comendador Araújo
Casa Glaser (Nº 241)
A Casa Glaser surgiu como um armazém de secos e molhados em 1887. Localizada na esquina com a Visconde do Rio Branco, permanece no mesmo endereço até hoje, mas a atual fachada é de 1914, época em que mudou de ramo e passou a comercializar de cristais e produtos importados de países com Polônia e República Tcheca. O edifício é uma referência da vocação comercial da Rua Comendador Araújo.
A primeira sede da UFPR: marco acadêmico (Nº 268)
Quando a Universidade Federal do Paraná foi fundada em 1912, sua sede não era o famoso prédio na Praça Santos Andrade, mas sim um sobrado na Rua Comendador Araújo. Ali começaram a funcionar cursos pioneiros, como Direito, Engenharia, Odontologia e Farmácia, dando os primeiros passos para a formação acadêmica superior no estado.
A antiga sede, que hoje abriga o Shopping Omar, testemunhou a evolução da instituição até sua mudança para um espaço maior, em 1914. O local carrega uma história essencial para o desenvolvimento intelectual e educacional de Curitiba.
Sociedade Thalia: símbolo da cultura germânica (Nº 338)
Fundada em 1882 por imigrantes alemães, a sociedade Thalia surgiu para preservar e divulgar a cultura germânica em Curitiba. Construída na década de 1940, é um dos mais expressivos exemplares do estilo neocolonial da cidade. Ao longo de sua existência, ela fortaleceu laços comunitários e tornou-se um importante centro de atividades culturais e esportivas de Curitiba.
O prédio se destaca por elementos como arcos plenos nas portas, balaústres nos balcões e pináculos no coroamento, conferindo-lhe uma identidade visual marcante. De acordo com o livro Uma rua no percurso do tempo - transformação e resiliência da Rua Comendador Araújo, obra realizada com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o Thalia é considerado o exemplar mais representativo desse movimento em Curitiba, em edifícios institucionais.
Igreja Presbiteriana (Nº 343)
A construção da Igreja Presbiteriana de Curitiba começou em 1893. Três anos depois o templo foi concluído e se tornou um dos mais belos exemplares arquitetônicos religiosos da cidade. A fachada se destaca pela simbólica Bíblia aberta em mármore branco, com a inscrição "A Palavra de Deus", além da frase "Vinde, adoremos ao Senhor nosso Deus, porque a sua misericórdia é para sempre" na janela central.
O templo tornou-se um ponto de referência para os presbiterianos em Curitiba, recebendo diversos pastores missionários e sendo palco de importantes eventos, como o batismo das primeiras crianças presbiterianas nascidas em Curitiba.
Edifício Canadá: modernidade e inovação (Nº 560)
Projetado pelo arquiteto Elgson Ribeiro Gomes, o Edifício Canadá, construído entre os anos de 1960 e 1963, se destaca como um dos primeiros grandes projetos residenciais de Curitiba. Inaugurado com apartamentos amplos e uma única unidade por andar, ele representa uma transição para uma nova era de habitação vertical na cidade.
De acordo com Angela, o prédio é fruto do projeto de modernização urbana de Curitiba, o Plano Agache. “Na década de 1940, o plano urbanístico estabelecia a rua como parte do centro de Curitiba e previa prédios com mais de três andares. As construções se revelaram dentro de uma estética predominante da arquitetura modernista”, conta a pesquisadora.
A estrutura do edifício chama atenção pelo seu design inovador, com esquadrias de alumínio e pilares em "V" no térreo, criando uma identidade visual marcante. Sua localização privilegiada na Comendador Araújo reforça a diversidade arquitetônica da rua, onde o antigo e o novo se encontram.
Era do mate: herança de um ciclo econômico (Nº 711 e 906)
No final do século 19 e início do 20, a economia de Curitiba era impulsionada pelo ciclo da erva-mate. Esse período resultou na construção de diversas residências e comércios na Comendador Araújo, que refletem o estilo arquitetônico da época.
Os casarões erguidos por barões do mate apresentam elementos do ecletismo e do art nouveau, muitos deles preservados até hoje. Um exemplo é a antiga residência de Vicente Machado, que desde então abrigou diversas funcionalidades.
Este site utiliza cookies para melhorar a experiência de navegação e fornecer serviços personalizados aos usuários.
Ao continuar a navegar neste site, você concorda com o uso de cookies.